Dr. Vitor Barroso

Oi, Sou médico, formado pela Universidade Federal do Maranhão, Ortopedista pelo Hospital Estadual Ipiranga de São Paulo, e Cirurgião de Ombro e Cotovelo pela Faculdade de Medicina do ABC paulista (FMABC). Sou membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Ombro e Cotovelo (SBCOC).

Muitos pacientes, familiares e amigos já me perguntaram por que me especializei em ombro. A resposta tem sua versão curta e a longa. A curta é porque eu me apaixonei pelo altíssimo grau de complexidade anatômica da articulação do ombro, que é a mais móvel e a potencialmente mais instável articulação do corpo humano.

A longa é que a articulação do ombro foi uma das que mais sofreu mudanças ao longo da evolução da espécie humana, quando deixamos de ser quadrúpedes e passamos a ser bípedes, foram necessárias alterações a fim de facilitar a preensão (ato de agarrar, pegar, segurar) e cumprir as demandas da postura ortostática. Com o passar do tempo, a congruência articular óssea foi sacrificada pela estabilidade proporcionada por partes moles (ligamentos, labrum e músculos) para obter um grau de maior mobilidade articular. Isto resultou na articulação com maior movimento do corpo humano, porém o custo é ter se tornado a articulação mais instável e com isso mais propensa a problemas.

Devido a esta complexidade anatômica, o tratamento para lesões do ombro ainda é um desafio. As cirurgias e a reabilitação pós operatória são muito mais complexas que de outras articulações. Quando existem múltiplas técnicas para tratar o mesmo problema, é sinal de que nenhuma das técnicas é superior a outra. Atualmente para varias doenças do ombro e cotovelo ainda não temos o tratamento padrão ouro, o que obriga a nós, cirurgiões de ombro e cotovelo, a estarmos sempre nos atualizando. Isso é o que mais me motiva a ser especialista em ombro: a necessidade de estar sempre me dedicando.

Ao contrário da maioria dos médicos, após finalizar minha especialização em cirurgia de ombro e cotovelo, eu não voltei imediatamente para minha terra natal: São luís do Maranhão. Em vez disso, eu preferi passar mais 2 anos em São Paulo acompanhando meus antigos mestres, para aprimorar minhas técnicas cirúrgicas. Acredito que foi uma decisão sábia, pois apesar da saudade de casa, hoje me sinto completamente confortável para realizar cirurgias de alta complexidade do ombro e cotovelo.